Fusões e aquisições deverão regressar em força
As fusões e aquisições, em termos globais, terão registado uma quebra de 20%, em 2016, depois de um exercício anterior em que se verificou um recorde no volume de transações. Apesar das muitas incertezas que se colocam, os analistas esperam uma recuperação no ano que agora se inicia. Devido ao fraco crescimento e ao capital barato, a concentração pode representar um importante atrativo para gerar rentabilidade nalguns setores.
As injeções de liquidez por parte do Banco Central Europeu podem levar a uma aceleração das aquisições das empresas na Alemanha, em França e Itália, apesar de estes países assistirem a atos eleitorais. Os bancos de investimento também acreditam que, para além das operações entre empresas europeias, estas também tencionam desenvolver investimentos nos Estados Unidos. Depois das eleições neste país, os grupos europeus estão a voltar-se novamente para aquele mercado e para o seu potencial de crescimento. O “Brexit” levou a que alguns investidores travassem os seus planos, mas tudo aponta para uma tendência de retorno à normalidade.
Um dos setores em que se espera, novamente, uma grande atividade é o das telecomunicações. Após a oferta apresentada pela AT&T para adquirir a Time Warner, os analistas admitem que a Charter Communications poderá ser atrativa para a Verizon. Outra possível transação nos Estados Unidos é entre a Sprint e T-Mobile. Na Europa, a aposta continua a ser numa aliança entre a Liberty Media e a Vodafone. A espanhola Telefónica também se poderá libertar de alguns ativos. A italiana Vivendo também está na liça para realizar operações.
Dois outros setores apresentam perspetivas de negócios importantes. Na farmácia, a Actelion parece ser desejada pela Sanofi. A Pfizer estará a equacionar a venda da sua divisão de medicamentos sem receita, com a Reckitt Benckiser a mostrar forte interesse no negócio. O outro setor é o da energia, minas e infraestruturas, tendo em conta a subida dos preços das matérias-primas. Um ativo que poderá surgir no mercado é o aeroporto de Gatwick. Também há sinais de uma eventual fusão entre a Praxair e a Linde.