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Os desafios da Gestão de Riscos e a importância das ferramentas tecnológicas

Tendo em conta a atual conjuntura, torna-se imperativo garantir uma boa aplicação dos recursos das organizações, de forma a conseguir-se um desempenho eficaz e bons resultados.
 
 

Isto é o que chamamos de gestão de ativos e passivos cujas melhores práticas, com o reconhecimento adequado do risco de crédito, são essenciais para responder a questões-chave como Quais os principais fatores macro que impulsionam o valor dos ativos da minha empresa e o seu rendimento líquido?Usando todas as informações internas, qual é a probabilidade de incumprimento mensal da minha empresa nos próximos 10 anos?Usandosomente informações disponíveis a terceiros, qual é a melhor estimativa mensal em relação à probabilidade de incumprimento nos próximos 10 anos?
Se as respostas à segunda e terceira questões mostrarem que o risco de incumprimento é demasiado elevado, a empresa tem de tomar medidas de forma a reintegrar o seu próprio risco de crédito para a chamada “zona de segurança”.
Em relação aos principais desafios, não há dúvida que o atual clima económico dificulta este processo. Posso aliás referir que existem casos de empresas que afirmam não poder dar-se ao luxo de migrar para as melhores práticas de gestão ao nivel da tecnologia de risco de crédito neste momento,devido ao facto das suas perdas com empréstimos resultarem em cortes orçamentais. Quando os tempos estão difíceis (perante elevadas taxas de juro que levantam desafios e obstáculos), é importante agir rapidamente de forma a usar a analítica como ferramenta de apoio.
Durante muito tempo houve uma tendência descendente das taxas de juro a nivel mundial e agestão considerou o risco da taxa de juro mínimo, resultando isto num subinvestimento na tecnologia de gestão do risco e recursos humanos necessários para tirar o potencial máximo desta tecnologia avançada. E agora o que temos é uma gestão ciente das suas lacunas do ponto de vista da gestão de risco e muitas instituições a tentar, com urgência, recuperar o seu atraso.
Penso ser importante ter noção que a gestão de taxas de risco usando apenas um fator de risco subestima dramaticamente o nível futuro das taxas, a volatilidade do seu risco futuro e ainda a probabilidade de incumprimento da empresa.Outro ponto a realçar é que a incapacidade de integrar o risco de crédito na gestão de risco, em toda a empresa, agravará os problemas existentes num grau ainda maior.
É verdade que os Acordos de Basileia tiveram como objetivo garantir a estabilidade no setor financeiro no entanto, e apesar das regras regulamentares não poderem ser ignoradas, também é verdade que mesmo cumprindo os requisitos regulamentares de Basileia, a gestão regular de ativos e passivos falha, como aconteceu com o Silicon Valley Bank.Por isso, há que ter em conta o que o economista Andrew Haldane provou: cada euro gasto em conformidade não contribui em nada para melhorar as capacidades de gestão de risco dos bancos.
Donald van Deventer
Managing Director do Center for Applied Quantitative Finance Risk Research and Quantitative Solutions no SAS
Donald van Deventer Managing Director do Center for Applied Quantitative Finance Risk Research and Quantitative Solutions no SAS, 12/03/2024
 
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