Empresas preparam novos investimentos e acreditam na recuperação rápida do mercado imobiliário;

Setor acredita que 2021 será desafiante
Empresas preparam novos investimentos e acreditam na recuperação rápida do mercado imobiliário
A pandemia levou à paragem de muitos dos investimentos imobiliários que estavam em fase de arranque. Contudo, a perspetiva dada pelos promotores, investidores e profissionais a atuar no mercado, ouvidos pelo Imobiliário, é que o último ano foi utilizado para preparar e desenvolver novos projetos, convictos de que a vacina trará em breve a normalização do mercado.
“Olhamos para 2021 com otimismo, principalmente pela normalização de vida que a vacina permitirá”, começa por dizer José António Teixeira, presidente da RAR Imobiliária.
“Será um ano desafiante”, acredita, com a convicção de quem está “há mais de trinta anos neste setor e tendo passado por crises igualmente difíceis”, tendo a firme convicção de que, “mais uma vez, o imobiliário demonstrará ser um dos pilares fundamentais da recuperação económica deste país”.

A demonstrar esta convicção estão “os vários investimentos em ativos imobiliários que fizemos durante o corrente ano (2020), para o desenvolvimento de projetos residenciais em zonas ‘prime’ da cidade do Porto, nomeadamente, na Av. da Boavista e na zona de Nevogilde, na Foz”, conta José António Teixeira.
Acredita “que, mal a resolução desta pandemia o permita, tudo se traduzirá para a maioria dos promotores imobiliários numa recuperação do tempo perdido”.
A ideia é partilhada também por Nelson de Almeida, arquiteto responsável pela Ferreira de Almeida Arquitetos: “Alguns novos e grandes projetos estão no horizonte e em fase de estudo e análise pelos investidores de grande porte para eventual concretização em 2021”.
Concretiza, “o segundo trimestre abriu horizontes de projetos muito interessantes para arrancar no novo ano e trouxe a Portugal um conjunto de novos investidores com origens em países menos tradicionais”.
Nelson de Almeida alerta para o facto de Portugal ter sido, em 2019, “um país muito interessante para investir, trabalhar e viver e esta pandemia veio vincar ainda mais essas virtudes. Estamos otimistas, a postos, mas reservados”.

Continuar a acreditar no mercado

Também João Sousa, CEO do JPS Group, acredita que a vacinação vem tranquilizar os mercados de uma forma geral e que a confiança na compra de imóveis será ainda maior em 2021, “pois verificou-se ser um dos setores menos afetados nesta ‘crise pandémica’, e julgo que quer as pessoas em geral quer os investidores ficaram com essa noção”.
A parte imobiliária do JPS Group bateu, no ano que passou, o seu recorde ao transacionar um imóvel para habitação própria no valor de 8 milhões de euros, pelo que “a estratégia para 2021 é consolidar tudo o que fizemos de bem até à data e continuar a crescer”, destaca João Sousa. Para que isso aconteça, estão a planear “fazer uma maior aposta em termos de comunicação e de marketing digital, pois consideramos serem áreas muito importantes para todas as empresas do grupo”, precisa João Sousa.
Rui d´Avila, administrador da Ferreira Construção, confirma: “Estamos com vontade de investir, estamos a estudar as fontes de financiamento porque achamos que é um campo que pode ter algumas alterações e estamos a preparar-nos para as novas formas de investimento residencial – o arrendamento acessível, o construir para arrendar, etc.”.
Na sua opinião, “é a altura de fazer algum planeamento urbanístico, para assegurar que estaremos em condições de oferecer quando a procura se manifestar em força”.
Aniceto Viegas, diretor-geral da Avenue, destaca o facto de todos os organismos nacionais e internacionais apontarem para um crescimento económico a partir de 2021 e uma recuperação dos níveis pré-pandemia até ao final de 2022.
Assim, frisa, “o imobiliário é uma atividade de médio e longo prazo e, neste sentido, mantemos os nossos investimentos de forma a responder à procura atual e futura”.
José Carvalho, CEO do grupo Omega, refere que, durante o corrente ano, o grupo procurou manter os seus projetos em ritmo de cruzeiro, que na sua maioria estarão concluídos em 2021, e, neste momento, estão “a preparar novas frentes na área metropolitana do Porto, para arrancarem em meados do próximo ano. Estamos, pois, confiantes quanto ao futuro”, precisa.
Para Ricardo Costa, CEO da Luximos Christie´s International Real Estate, a aposta será a de “continuar e reforçar a aposta internacional de networking com os colegas brokers e agentes da Christie’s em todo o mundo”. De que forma? “Explorando mercados-alvo emissores e recetores de clientes, a fim de aumentar o volume de negócios para quem procura um estilo de vida luxuoso e exclusivo, dentro dos padrões europeus, que oferece um clima agradável durante todo ano e apresenta atrativos como o golfe ou o mar que envolve o nosso país”, explica Ricardo Costa.

Construção confiante no futuro

Com o avanço e desenvolvimento cada vez mais próximo de uma vacina que possa mitigar os efeitos da pandemia, surge uma nova esperança e os “mercados no seu todo não são insensíveis a estas novas perspetivas, notando-se já uma ligeira reação quanto a novos investimentos e confiança no futuro”, destaca Martinho Vidal, CEO da Ergicon.
Nota que o mercado imobiliário continua em crescimento (crescimento esse que, apesar de mais lento do que num passado recente, continua maior na zona de Lisboa do que no grande Porto). “O mercado residencial tem crescido e continua também em crescimento o mercado ligado aos edifícios multidisciplinares e edifícios industriais (principalmente ligados à distribuição alimentar). Continuam também a existir diversos investimentos hoteleiros e turísticos (o que revela, ainda assim, a confiança no futuro do setor do turismo)”, destaca.
2021 manter-se-á como um ano em que será necessária muita superação. No entanto, estamos a encará-lo como um ano de muito otimismo, destaca José Rui Meneses, CEO da MAP Engenharia. “Prevemos que seja mais um ano de crescimento para a MAP, resultante do trabalho realizado neste e nos últimos anos”, destaca.




ELISABETE SOARES elisabetesoares@vidaeconomica.pt, 11/01/2021
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