Antas da Cunha Ecija cria área inovadora em TI
Paulo Morgado, ex-CEO da Capgemini Portugal e Espanha, foi integrado, como sócio na sociedade Antas da Cunha Ecija, onde irá liderar uma nova área de negócio: a Unidade de “Technology Transactions”.
Segundo Paulo Morgado, hoje há uma grande indefinição sobre o que se espera das soluções tecnológicas. Um dos objetivos da Unidade de “Technology Transactions” será “densificar os contratos com toda uma série de previsões escritas, que, na hora de fazer o seguimento da boa execução dos mesmos, as partes não tenham que estar a discutir temas de interpretação ou omissões”, esclarece.
Segundo Paulo Morgado, hoje há uma grande indefinição sobre o que se espera das soluções tecnológicas. Um dos objetivos da Unidade de “Technology Transactions” será “densificar os contratos com toda uma série de previsões escritas, que, na hora de fazer o seguimento da boa execução dos mesmos, as partes não tenham que estar a discutir temas de interpretação ou omissões”, esclarece.
Vida Económica - Há uma tendência de aumento de transações de tecnologia nas empresas?
Paulo Morgado - Em Espanha e Portugal prevê-se que o mercado das tecnologias de informação venha a crescer a uma taxa média de 7% ao ano até 2027. Por outro lado, há uma profusão de soluções digitais que é cada vez maior. A combinação entre crescimento e variabilidade de soluções torna muito provável que o número de transações venha a subir de forma muito acelerada.
VE - Na medida em que a tecnologia é imaterial torna-se mais difícil definir o objeto das transações em termos de proposta e a sua conformidade após a entrega?
PM - Essa é uma pergunta muito importante. De facto, há muitas vezes uma grande indefinição sobre o que se espera das soluções tecnológicas. Esta indefinição deriva de dois factores principais: por um lado, a tradicional falta de comunicação e articulação entre as áreas de negócio, IT, compras, CFO, Fornecedor de IT e a área jurídica, na hora de definir o objecto do contrato com precisão; por outro lado, o que se pode esperar como resultado final de uma solução de tecnologia é hoje muito mais variável que a implementação de um pacote de software que se sabia que faria um conjunto de funcionalidades muito bem definidas. O impacto que se espera hoje das soluções digitais é sobretudo ao nível dos modelos de negócio e não apenas dos processos, o que traz mais complexidade às soluções e intervenientes na definição das mesmas. Uma das coisas que queremos fazer na Antas da Cunha Ecija é ajudar a que os vários interlocutores se alinhem quanto ao objecto do contrato que é esperado. Para isso, o advogado terá que ser híbrido, i.e., ser, ao mesmo tempo, especialista em aspectos jurídicos e tecnológicos.
VE - Essa dificuldade favorece o fornecedor e fragiliza a empresa compradora?
PM - A dificuldade de definir bem o objecto fragiliza a empresa compradora, mas acaba por fragilizar também a fornecedora. Ninguém quer estar agarrado a um contrato onde o objecto é difuso. Há que densificar os contratos com toda uma série de previsões escritas, que, na hora de fazer o seguimento da boa execução dos mesmos, as partes não tenham que estar a discutir temas de interpretação ou omissões.
Intensificar o “Value for Money”
VE - De que forma a Antas da Cunha Ecija pode contribuir para o equilíbrio contratual e salvaguardar o interesse legítimo das partes?
PM - Tal como já aflorei na resposta anterior: densificando os contratos. Ou seja, o que a Anta da Cunha Ecija vai fazer – através de um modelo de indicadores que se aplicam a transacções de serviços de integração, software (licenças e SaaS), hardware, cloud, etc. – é tornar muito mais objectivo o que se espera de cada uma das partes. Deste modo a nova área de Technology Transactions estará também a contribuir para que as relações entre empresas contratantes e contratadas sejam mais fluidas e duradouras, já que evita muitos potenciais desajustes de expectativas, e até mesmo conflitos legais, no futuro.
VE - Nos contratos de trabalho que envolvem tecnologia quais são as particularidades e os erros e omissões a evitar?
PM - A Antas da Cunha Ecija tem um modelo proprietário que integra várias dezenas de indicadores que podem ser considerados e que se agrupam em temas como qualidade das estimativas de capacidade a contratar, utilização da capacidade contratada, tipologia das equipas a utilizar em projecto, modelos de “pricing”, avaliação da qualidade dos outputs e níveis de serviços, etc. Repito temos dezenas de indicadores concretos que ajudam a objectivar com grande precisão o que se espera, reduzindo o espaço para incumprimentos contratuais.
VE - Tendo em conta a elevada procura de serviços na área dos TI é cada vez maior o número de contratos que envolvem disponibilização de quadros externos e a compra de serviços a empresas especializadas?
PM - Sem dúvida alguma. A pesar do lançamento da área de Technology Transactions por parte da Antas da Cunha Ecija, que abrange também temas de M&A no sector das Tecnologias de Informação, ser pioneiro a nível ibérico, já vem a ser praticado há algum tempo, nomeadamente por grandes escritórios norte americanos e ingleses.
VE - O aumento de oferta de serviços especializados em TI através de plataformas em Portugal e no estrangeiro ajuda a equilibrar a falta de profissionais disponíveis no mercado devendo ser encarada como a solução cada vez mais frequente para uma parte das necessidades das empresas?
PM - O que nós costumamos dizer aos clientes que já começaram a aderir à nossa oferta é que lhe vamos maximizar o “Value for Money” da sua despesa com Tecnologias de Informação. Naturalmente, no conceito de “Value” está incluída a qualidade dos profissionais que participarão nos projectos digitais e a sua maior permanência em projectos onde tudo o que se espera é claro e cristalino.
Paulo Morgado - Em Espanha e Portugal prevê-se que o mercado das tecnologias de informação venha a crescer a uma taxa média de 7% ao ano até 2027. Por outro lado, há uma profusão de soluções digitais que é cada vez maior. A combinação entre crescimento e variabilidade de soluções torna muito provável que o número de transações venha a subir de forma muito acelerada.
VE - Na medida em que a tecnologia é imaterial torna-se mais difícil definir o objeto das transações em termos de proposta e a sua conformidade após a entrega?
PM - Essa é uma pergunta muito importante. De facto, há muitas vezes uma grande indefinição sobre o que se espera das soluções tecnológicas. Esta indefinição deriva de dois factores principais: por um lado, a tradicional falta de comunicação e articulação entre as áreas de negócio, IT, compras, CFO, Fornecedor de IT e a área jurídica, na hora de definir o objecto do contrato com precisão; por outro lado, o que se pode esperar como resultado final de uma solução de tecnologia é hoje muito mais variável que a implementação de um pacote de software que se sabia que faria um conjunto de funcionalidades muito bem definidas. O impacto que se espera hoje das soluções digitais é sobretudo ao nível dos modelos de negócio e não apenas dos processos, o que traz mais complexidade às soluções e intervenientes na definição das mesmas. Uma das coisas que queremos fazer na Antas da Cunha Ecija é ajudar a que os vários interlocutores se alinhem quanto ao objecto do contrato que é esperado. Para isso, o advogado terá que ser híbrido, i.e., ser, ao mesmo tempo, especialista em aspectos jurídicos e tecnológicos.
VE - Essa dificuldade favorece o fornecedor e fragiliza a empresa compradora?
PM - A dificuldade de definir bem o objecto fragiliza a empresa compradora, mas acaba por fragilizar também a fornecedora. Ninguém quer estar agarrado a um contrato onde o objecto é difuso. Há que densificar os contratos com toda uma série de previsões escritas, que, na hora de fazer o seguimento da boa execução dos mesmos, as partes não tenham que estar a discutir temas de interpretação ou omissões.
Intensificar o “Value for Money”
VE - De que forma a Antas da Cunha Ecija pode contribuir para o equilíbrio contratual e salvaguardar o interesse legítimo das partes?
PM - Tal como já aflorei na resposta anterior: densificando os contratos. Ou seja, o que a Anta da Cunha Ecija vai fazer – através de um modelo de indicadores que se aplicam a transacções de serviços de integração, software (licenças e SaaS), hardware, cloud, etc. – é tornar muito mais objectivo o que se espera de cada uma das partes. Deste modo a nova área de Technology Transactions estará também a contribuir para que as relações entre empresas contratantes e contratadas sejam mais fluidas e duradouras, já que evita muitos potenciais desajustes de expectativas, e até mesmo conflitos legais, no futuro.
VE - Nos contratos de trabalho que envolvem tecnologia quais são as particularidades e os erros e omissões a evitar?
PM - A Antas da Cunha Ecija tem um modelo proprietário que integra várias dezenas de indicadores que podem ser considerados e que se agrupam em temas como qualidade das estimativas de capacidade a contratar, utilização da capacidade contratada, tipologia das equipas a utilizar em projecto, modelos de “pricing”, avaliação da qualidade dos outputs e níveis de serviços, etc. Repito temos dezenas de indicadores concretos que ajudam a objectivar com grande precisão o que se espera, reduzindo o espaço para incumprimentos contratuais.
VE - Tendo em conta a elevada procura de serviços na área dos TI é cada vez maior o número de contratos que envolvem disponibilização de quadros externos e a compra de serviços a empresas especializadas?
PM - Sem dúvida alguma. A pesar do lançamento da área de Technology Transactions por parte da Antas da Cunha Ecija, que abrange também temas de M&A no sector das Tecnologias de Informação, ser pioneiro a nível ibérico, já vem a ser praticado há algum tempo, nomeadamente por grandes escritórios norte americanos e ingleses.
VE - O aumento de oferta de serviços especializados em TI através de plataformas em Portugal e no estrangeiro ajuda a equilibrar a falta de profissionais disponíveis no mercado devendo ser encarada como a solução cada vez mais frequente para uma parte das necessidades das empresas?
PM - O que nós costumamos dizer aos clientes que já começaram a aderir à nossa oferta é que lhe vamos maximizar o “Value for Money” da sua despesa com Tecnologias de Informação. Naturalmente, no conceito de “Value” está incluída a qualidade dos profissionais que participarão nos projectos digitais e a sua maior permanência em projectos onde tudo o que se espera é claro e cristalino.
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