Empresas portuguesas distinguidas pela inovação no Vinitech-Sifela
A Amorim e a Cork Supply foram as empresas portuguesas reconhecidas pela inovação na última edição do Vinutec-Sifel, em Bordéus. A Amorim ganhou o Prémio Ouro na categoria Vinha e Vinho, enquanto a Cork Supply foi uma das nomeadas para este troféu atribuído no âmbito deste evento. O Vinitech-Sifel é um dos maiores salões do mundo sobre equipamentos produtos e serviços do setor da vinha e do vinho, cobrindo toda a fileira vitivinícola
À semelhança do que aconteceu na edição anterior, a Vida Económica organizou uma visita profissional Vinitech-Sifel, que contou com a participação de produtores, exportadores, e as direções das várias Comissões de Viticultura, nomeadamente, Vinhos Verdes, Dão, Trás-os-Montes e Região de Lisboa.
Esta ação em Bordéus foi organizada em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, a Promosalons Portugal e o Vinitech-Sifel..
O potencial do mercado francês para os vinhos portugueses foi debatido numa mesa-redonda que decorreu durante o Salão, no Espaço Forum.
Assim, o presidente da CVR Dão, Arlindo Cunha, destacou que a região do Dão tem hoje 16 mil hectares de vinha e produz cerca de 35 a 40 milhões de litros por ano, consoante as condições climáticas. O vinho apto a ser certificado como Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP) corresponde a cerca de metade desta quantidade. Do vinho certificado, é exportado cerca de 45%.
Apesar de serem cerca de 50 mil as pessoas que têm videiras registadas no Cadastro Vitícola da região, apenas cerca de metade destas produzem vinho para o mercado – diretamente ou através das adegas cooperativas de que sejam membros. Estas representam ainda cerca de 40% da produção total.
Vinhos brancos do Dão em redescoberta
Entre as castas mais representativas estão, nas tintas, a Touriga-Nacional, Aragonês (Tinta-Roriz), Alfrocheiro, Jaen, Trincadeira, Alvarelhão, Bastardo, Rufete e Tinto-Cão;. Nas brancas, o Encruzado, Malvasia Fina, Bical, Cerceal-Branco, Rabo-de-Ovelha, Barcelo, Terrantez, Gouveio e Uva-Cão.
Apesar desta panóplia de castas, a notoriedade dos vinhos do Dão deve-se, sobretudo, à grande expressão da Touriga-Nacional, Alfrocheiro e do Encruzado. O caso da Touriga-Nacional - tida como a casta tinta mais emblemática do país – “é sintomático, havendo vários especialistas que entendem ser o Dão o local onde esta casta melhor expressa todas as suas potencialidades”.
Os tintos correspondem a 80% da produção regional. Todavia, a região está agora a ser “redescoberta” pelos seus vinhos brancos, graças, especialmente, ao Encruzado, não só enquanto varietais, mas também pelos vinhos de lote que proporciona, especialmente em associação com a Malvasia Fina. A produção de espumantes está agora a disparar, sendo já vários os produtores que os produzem.
Trás os Montes tem 100 marcas no mercado
Por sua vez, Ana Alves, da CVRTM, destacou que a região de Trás-os-Montes engloba 84 agentes económicos com mais de 100 marcas no mercado. Estes são responsáveis por três milhões de garrafas comercializadas anualmente, das quais 85% de vinhos tintos e 15% brancos.
Entre as especificidades desta região de solos xistosos com grandes manchas graníticas contam-se um rico património de vinhas velhas. Uma das preocupações da CVR reside mesmo na “massificação de castas nas vinhas novas”, pugnando pela aposta em castas autóctones como a Samarrinha, Bastardo Russo, Cornifesto, Rufete, Mourisco Tinto ou Tinta Carvalha.
Vinhos Verdes crescem em exportação
“Os nossos principais mercados comportam-se de forma muito positiva, com especial relevo nos EUA e Alemanha”, ambos com crescimento assinalável” - destacou Manuel Pinheiro.
Para o presidente da CVRVV, a região dos vinhos verdes revela uma capacidade crescente de aumento produção e exportação. Os últimos dados de outubro mostram que a região está “com 48 milhões de euros exportados para mais de 100 mercados, um aumento de 8% em relação ao período homólogo”.
O preço médio registado é de 2,3 euros/litro, com uma ligeira descida sobretudo determinada pelo mercado alemão, de longe aquele onde os preços são menos interessantes.
Esta ação em Bordéus foi organizada em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, a Promosalons Portugal e o Vinitech-Sifel..
O potencial do mercado francês para os vinhos portugueses foi debatido numa mesa-redonda que decorreu durante o Salão, no Espaço Forum.
Assim, o presidente da CVR Dão, Arlindo Cunha, destacou que a região do Dão tem hoje 16 mil hectares de vinha e produz cerca de 35 a 40 milhões de litros por ano, consoante as condições climáticas. O vinho apto a ser certificado como Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP) corresponde a cerca de metade desta quantidade. Do vinho certificado, é exportado cerca de 45%.
Apesar de serem cerca de 50 mil as pessoas que têm videiras registadas no Cadastro Vitícola da região, apenas cerca de metade destas produzem vinho para o mercado – diretamente ou através das adegas cooperativas de que sejam membros. Estas representam ainda cerca de 40% da produção total.
Vinhos brancos do Dão em redescoberta
Entre as castas mais representativas estão, nas tintas, a Touriga-Nacional, Aragonês (Tinta-Roriz), Alfrocheiro, Jaen, Trincadeira, Alvarelhão, Bastardo, Rufete e Tinto-Cão;. Nas brancas, o Encruzado, Malvasia Fina, Bical, Cerceal-Branco, Rabo-de-Ovelha, Barcelo, Terrantez, Gouveio e Uva-Cão.
Apesar desta panóplia de castas, a notoriedade dos vinhos do Dão deve-se, sobretudo, à grande expressão da Touriga-Nacional, Alfrocheiro e do Encruzado. O caso da Touriga-Nacional - tida como a casta tinta mais emblemática do país – “é sintomático, havendo vários especialistas que entendem ser o Dão o local onde esta casta melhor expressa todas as suas potencialidades”.
Os tintos correspondem a 80% da produção regional. Todavia, a região está agora a ser “redescoberta” pelos seus vinhos brancos, graças, especialmente, ao Encruzado, não só enquanto varietais, mas também pelos vinhos de lote que proporciona, especialmente em associação com a Malvasia Fina. A produção de espumantes está agora a disparar, sendo já vários os produtores que os produzem.
Trás os Montes tem 100 marcas no mercado
Por sua vez, Ana Alves, da CVRTM, destacou que a região de Trás-os-Montes engloba 84 agentes económicos com mais de 100 marcas no mercado. Estes são responsáveis por três milhões de garrafas comercializadas anualmente, das quais 85% de vinhos tintos e 15% brancos.
Entre as especificidades desta região de solos xistosos com grandes manchas graníticas contam-se um rico património de vinhas velhas. Uma das preocupações da CVR reside mesmo na “massificação de castas nas vinhas novas”, pugnando pela aposta em castas autóctones como a Samarrinha, Bastardo Russo, Cornifesto, Rufete, Mourisco Tinto ou Tinta Carvalha.
Vinhos Verdes crescem em exportação
“Os nossos principais mercados comportam-se de forma muito positiva, com especial relevo nos EUA e Alemanha”, ambos com crescimento assinalável” - destacou Manuel Pinheiro.
Para o presidente da CVRVV, a região dos vinhos verdes revela uma capacidade crescente de aumento produção e exportação. Os últimos dados de outubro mostram que a região está “com 48 milhões de euros exportados para mais de 100 mercados, um aumento de 8% em relação ao período homólogo”.
O preço médio registado é de 2,3 euros/litro, com uma ligeira descida sobretudo determinada pelo mercado alemão, de longe aquele onde os preços são menos interessantes.
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Inovação ao serviço da viticultura
Um drone para avaliar o vigor das vinhas, detetar doenças e otimizar a produção de uva. Num certame com fortes características técnicas, a inovação não poderia ficar de fora. A organização do evento promoveu um conjunto de visitas a produtores locais, no sentido de apurar as principais inovações ao serviço da viticultura. A Vida Económica participou na visita ao Chateaux La Tour Carnet, no Haut Médoc e classificado Grand Cru de Bordéus, onde acompanhou um voo de drone utilizado para otimizar as operações de viticultura naquela propriedade com cerca de 650 hectares. Este aparelho munido de uma máquina fotográfica permite mapear o terreno a partir de um conjunto de imagens tiradas em altitude, as quais formam cartas e mapas que vão, entre outros, fazer a parcelização das vinhas, procurar falhas e pés de vinha mortos, determinar o vigor das videiras e até, através das alterações na colocação das vinhas, detetar doenças como a flavescência dourada. Neste caso, foi-nos dito que a região começa a ter bastantes casos da doença, a qual obriga ao arranque da vinha contaminada. O método de deteção permite reduzir os danos e, bem assim, minimizar variações de produção. As leituras feitas a partir deste drone, que tem um custo que ronda os 50 mil euros, vão possibilitar ainda a transmissão dos dados recolhidos para as máquinas que trabalham na vinha, otimizando operações e reduzindo custos. |
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Uma cidade feita de vinho
Recentemente inaugurado, a Cité du Vin de Bordéus é um equipamento que visa permitir aos visitantes a total imersão no mundo do vinho, não apenas da região, mas também da cultura, história e património que lhe estão associados. Trata-se de uma unidade museológica de forte pendor interativo, que convida à exploração por entre vários países, regiões e épocas temporais, num projeto arquitetónico arrojado que ocupa uma área de 13.350 m2 em 10 níveis. O museu conta com 19 módulos temáticos espalhados por 3000 m2 de área, cujos conteúdos foram desenvolvidos por mais de 100 especialistas nas diversas áreas. Inaugurado em Junho passado, o espaço já recebeu mais de 800 mil visitantes, sendo que não conta com fundos públicos para a sua operação. No espaço, é possível conhecer em pormenor as diversas fases de produção dos vinhos, explorar as componentes sensoriais que lhe estão associados, como as cores, aromas e sabores dos diferentes vinhos, descobrir um pouco mais sobre a relação entre os solos, as castas e os métodos de produção, bem como sobre a história económica e cultural dos vinhos. |
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