Entre janeiro e agosto, o número de reclamações dirigidas ao setor bancário registou uma subida na ordem dos 30%, face ao período homólogo de 2022, indica uma análise do Portal da Queixa que já recebeu, este ano, mais de 4.500 reclamações contra a banca. Os problemas relacionados com o Crédito Habitação, sobretudo no âmbito da renegociação do crédito, motivam o maior volume de queixas registadas pelos consumidores.
Recorde-se que, de acordo com o último relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal, entre as instituições mais reclamadas encontra-se o ActivoBank (nas contas bancárias), a FCA Capital Portugal (no crédito aos consumidores) e o Banco CTT (no crédito à habitação).
“Momento é de reflexão profunda na banca tradicional”
Na opinião de Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa: “A banca tradicional tem vindo a perder o seu elevado nível de confiança e reputação, com que historicamente habituou os consumidores, dando lugar a novas propostas digitais, através das fintechs, que não só promovem a celeridade dos processos, por serem menos burocráticas, como por ironia, parecem estar mais próximas dos seus clientes, mesmo sendo 100% digitais. Estamos certos de que esta proatividade da nova banca digital, será o catalisador para garantir o futuro do setor, nomeadamente junto do público-alvo mais jovem, por trazerem propostas inovadoras ao mercado, como também pela forma como os seus colaboradores prestam o atendimento, baseado num conceito de Customer Success, muito idêntico às grandes empresas tecnológicas internacionais.”
Segundo analisa o responsável: “Será certamente o momento para uma reflexão profunda, da banca tradicional, que viu perder muito recentemente alguns milhões de euros em depósitos para os certificados de aforro para o Estado, por não dar resposta imediata às necessidades dos consumidores. Esta debandada de clientes já está em marcha para as novas propostas de mercado digital e não mostrado sinais de ser apenas passageira, tendo em conta os indicadores recolhidos através do Portal da Queixa.”
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