A relevância da cooperação das empresas familiares refletida no 25º aniversário da Aligrupo;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
A relevância da cooperação das empresas familiares refletida no 25º aniversário da Aligrupo
A comemoração do 25º aniversário da Aligrupo ocorreu no dia 22 de novembro e contou com a participação da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, que salientou: “Reconhecida como Organização de Produtores de Carne de Suíno, a AliGrupo é um exemplo do esforço em prol da concentração da oferta e do reforço da posição dos produtores na cadeia de valor, algo que queremos incentivar”.
Para chegar aqui, é necessário compreender o contexto da integração na União Europeia, em 1993, que reduziu o período de adaptação da agricultura portuguesa aos restantes mercados comunitários e abriu as fronteiras à entrada de carne e animais vivos, provenientes de parceiros comunitários, onde existiam agrupamentos de produtores devidamente organizados e com fatores de produção (dos cereais à energia) mais baixos que os praticados em Portugal.
Os suinicultores nacionais estavam, à data, com um significativo atraso tecnológico, típico de uma atividade fechada em si própria e protegida por um mercado interno. As vendas eram feitas individualmente, não existiam compras associadas e uma grande parte dos produtores estava nas mãos de comerciantes e sem qualquer peso negocial.
A necessidade urgente de organizar, unir, modernizar e adaptar direcionava para a criação de um agrupamento de produtores. 
Em 1994, é constituída a Aligrupo CRL (Cooperativa de Responsabilidade Limitada) a partir da união de 28 suinicultores.
Reconhecida desde 2015 como Organização de Produtores, a Aligrupo assume como grandes metas:
  • Adaptar a produção e ofertas dos produtores nela agrupados às exigências do mercado, promovendo a concentração e colocação das respetivas produções;
  • Definir e aplicar aos seus membros regras comuns de produção e de colocação no mercado, nomeadamente, através da planificação e conhecimento das respetivas produções;
  • Pesquisar, selecionar e eleger os meios de produção técnica e economicamente mais adaptados à realidade das explorações dos seus membros tendo em vista criar condições para a redução, uniformização e competitividade dos seus custos de produção; 
  • Organizar os meios técnicos e o suporte administrativo indispensáveis à prossecução dos seus fins.
A Aligrupo assume-se como um conjunto de empresas detidas por produtores de pecuária – negócios e empresas familiares –, que visam a verticalização da atividade, otimizando a produção para satisfazer os desejos do consumidor, destacando-se:
  • ALIRAÇÕES (1996): dominar o principal custo da produção (peso de 75%) – a alimentação;
  • ALIBEEF (1999): adaptar a produção e ofertas dos produtores às exigências do mercado;
  • SMUR (1999): controlar a genética produzindo o sémen e as reprodutoras para todo o grupo, uniformizando o produto final, e multiplicar e recriar suínos; 
  • PORCUÁRIA (2005): exploração de engorda que produz animais para abate;
  • SUINISADO (2007): exploração em ciclo fechado que produz animais para abate.
Pela atuação destas entidades a Aligrupo disponibiliza aos seus cooperantes serviços de assistência veterinária, fornecimento de sémen para inseminação e medicamentos, vendas de animais reprodutores com valores otimizados para o agrupamento e sócios e assume a comercialização de toda a produção.
As comemorações do 25º aniversário reuniram mais de trezentas pessoas - entre associados, clientes, fornecedores e os funcionários que têm fortalecido a existência da cooperativa.
Sendo os associados empresas familiares, uma grande parte já com membros da terceira geração integrada no negócio, foi proferida a conferência “A Continuidade das Empresas Familiares – Desafios a Enfrentar”, apresentada por António Nogueira da Costa, da efconsulting.
A relevância do tema enquadra-se na própria filosofia da Aligrupo, que pretende assegurar a competitividade do setor e a perenidade dos seus associados, algo que tem sido assegurado, como se infere das palavras da Ministra da Agricultura. “A produção nacional tem conseguido reagir às adversidades do setor suinícola, mas a atual conjuntura apresenta-se favorável ao crescimento do setor”.

Temas para reflexão:
  • Sendo a cooperação uma via para a competitividade, porque não se incentiva a génese de agrupamentos noutras atividades?
  • O conhecimento adquirido por um agrupamento será passível de ser ajustado a outros setores?
  • Como potenciar a cooperação horizontal ou vertical junto de outras atividades de origem familiar?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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http://www.facebook.com/ajncosta
@empresasfamiliaresdesucesso
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
http://www.efconsulting.pt

 


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