BPI e Crédito Agrícola crescem no crédito às empresas;

CGD recupera quota de mercado
BPI e Crédito Agrícola crescem no crédito às empresas
O BPI e o Crédito Agrícola são os bancos que estão a registar o maior crescimento no crédito concedido. De acordo com os resultados de 2021, o BPI teve um crescimento de 7,1% na carteira de crédito. O Crédito Agrícola também aumentou a quota de mercado, crescendo 5,6% no crédito às empresas e 4,8% na carteira global.
A CGD inverteu a tendência de perda de quota de mercado e cresceu 3,8% no crédito concedido, reforçando-se a como maior banco em volume de financiamento.
O Santander e o Novobanco registaram uma contração no crédito às empresas perdendo quota de mercado para os outros bancos.
O BPI e a Crédito Agrícola estão a conquistar quota de mercado aos maiores bancos que atuam em Portugal. Estes dois bancos tiveram os maiores crescimentos das carteiras de crédito.
Em relação ao BPI, a carteira de crédito total cresceu 7,1%, em 2021, para 27 529 MJ, o que corresponde a um incremento de 1 834 MJ. A quota de mercado em crédito aumentou 40 bps, em termos homólogos, para 11,1% em novembro de 2021. Por seu turno, a carteira de crédito a empresas cresceu 4,5% para 10 523 MJ. A carteira de crédito à habitação aumentou 9%, ou 1080 MJ, para 13 089 MJ. A contratação de crédito hipotecário cresceu 40% face a 2020, alcançando 2443 MJ.

Crédito Agrícola expande financiamento das empresas
No Crédito Agrícola a carteira de crédito do Grupo apresentou um crescimento de 4,8% para 11,7 mil milhões de euros, correspondendo a um incremento de 537 milhões de euros. Desta forma,  a quota de mercado em crédito concedido a clientes aumentou 10 pontos base, em termos homólogos, para 5,8%. O Crédito Agrícola teve uma subida de 5,6% no crédito à empresas e foi o único banco onde o financiamento às empresas cresceu acima do financiamento às famílias.

CGD reforça quota nos particulares e empresas
A CGD conseguiu um crescimento de 3,8% no crédito total e inverteu a tendência de perda de quota de mercado para os outros bancos. Com o crescimento obtido reforçou a sua posição de maior banco do país e aumentou a distância face ao Banco Santander. A quota de mercado acumulada da nova produção de crédito à habitação atingiu os 23,8% em novembro 2021, registando um crescimento face a 2020 de +46% no montante concedido.
Apesar de a CGD ter tradicionalmente menos expressão no crédito às empresas ,os resultados de 2021 revelam crescimentos na produção nas soluções de apoio às PME, em produtos como o financiamentos de médio e longo prazo (+12% em 2021 e +34% no período 2017/2021), trade finance (+70% nos créditos documentários e remessas), leasing (+16% no leasing mobiliário) e seguros (+22% nos seguros não financeiros).
 
Millenniumbcp mantém ritmo de crescimento
Na atividade em Portugal, o millenniumbcp  registou um aumento de 3,6% da carteira de crédito bruto face aos 38 473 milhões de euros apurados no final de 2020, vindo a fixar-se em 39 866 milhões de euros no final de 2021.
Desta forma, o millenniumbcp manteve a posição relativa face à CGD, mas cresceu em relação ao Santander. O crescimento líquido da carteira deve-se, por um lado, à expansão do crédito performing, que cresceu 1878 milhões de euros durante o ano 2021 e, por outro lado, à redução, em 485 milhões de euros, das non “performing exposures” (NPE). O banco considera positivo o desempenho do crédito a particulares e do crédito a empresas.
No segmento das empresas, destaca-se o crédito concedido ao abrigo das linhas de crédito lançadas pelo Governo para fazer face aos impactos provocados pela pandemia associada à COVID-19 e também das linhas abrangidas pelas garantias do Fundo Europeu de Investimento. No final de 2021, o montante total de crédito concedido pelo Banco ao abrigo das linhas COVID-19 garantidas pelo Estado Português ascendia a 2577 milhões de euros, o que representa um crescimento de 13,9% face ao montante de 2262 milhões de euros que, no final do ano de 2020, o Banco havia financiado ao abrigo destas linhas. As linhas de crédito foram disponibilizadas principalmente a pequenas e médias empresas portuguesas, tendo permitido apoiar mais de 18 mil clientes.
 
Santander reduz crédito a grandes empresas
No Banco Santander, a carteira de crédito ascendeu a 43,4 mil milhões de euros no final de 2021, o que representa uma subida de 1,7% face ao valor registado no período homólogo. Porém, o crescimento ficou abaixo dos maiores bancos, o que provocou uma redução da quota de mercado.
Para o menor crescimento contribuiu o crédito às empresas que se fixou em 16,1 mil milhões de euros, diminuindo 1,6% em termos homólogos.
Segundo o banco, esta evolução deve-se a uma série de vencimentos de operações no segmento de Grandes Empresas no último trimestre do ano, num contexto de elevada liquidez.
A quebra no financiamento das empresas foi atenuada pelo crescimento no crédito a particulares. Segundo o Santander, “no decurso do quarto trimestre, o Banco manteve sólidos volumes de originação de novo crédito hipotecário e às empresas, materializados em quotas de mercado consistentemente acima de 20%”. O crédito à habitação atingiu 21,9 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 6,0% em termos homólogos, e o crédito ao consumo, no montante de 1,7 mil milhões de euros, aumentou 2,1% em relação a dezembro de 2020, refletindo a recuperação da despesa das famílias, passado o período de confinamento. No período de janeiro a novembro de 2021, o Banco originou cerca de 2,8 mil milhões de euros em hipotecas, com uma quota de mercado média de 21,2%.

Novobanco cresce pela primeira vez em crédito concedido
Relativamente ao Novobanco, o crédito a clientes  totalizou 24 932MJ, com uma redução de 1,1% face a 2020. Mas, no crédito líquido, o Novobanco cresceu 0,3%. É a primeira vez que a carteira de crédito líquido do Novobanco aumenta desde que o banco foi criado em 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo.
O crédito à habitação atingiu 21,9 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 6,0% em termos homólogos, e o crédito ao consumo, no montante de 1,7 mil milhões de euros, aumentou 2,1% em relação a dezembro de 2020.
A tendência também é positiva no crédito hipotecário. No período de janeiro a novembro de 2021, o Banco originou cerca de 2,8 mil milhões de euros em hipotecas, com uma quota de mercado média de 21,2%, com a evolução influenciada pela execução da estratégia de redução de créditos não produtivos (NPL).
João Luís de Sousa (jlsousa@vidaeconomica.pt), 07/04/2022
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