Automóvel elétrico no meio da batalha comercial entre a China e a Europa;

Automóvel elétrico no meio da batalha comercial entre a China e a Europa

A guerra comercial entre a Europa e a China pode estar prestes a rebentar. O grande protagonista desta nova batalha tende a ser o automóvel elétrico. As tarifas alfandegárias e as sanções começam a ser assuntos cada vez mais falados, refere uma análise do El Economista, com base num estudo da Gavekal Research.
O surgimento rápido da China como o maior exportador de automóveis do mundo e a sua aposta por um modelo decrescimento baseado nas exportações está a aumentar o risco de uma nova vaga de guerras comerciais. O campo de batalha é agora a Europa, que pouco tem feito para travar as importações da China. A União Europeia lançou uma série de investigações sobre as práticas comerciais da China e avisou que poderá impor tarifas às importações de veículos elétricos chineses. Há grandes probabilidades da UE aplicar tarifas sobre os veículos elétricos chineses no final do ano. A realidade é que as preocupações europeias têm fundamento. O aumento das exportações chinesas tem base em anos de uma política industrial assente em subsídios e isenções fiscais, que criaram um excesso de capacidade e uma forte competitividade.
A grande batalha terá a ver com o automóvel elétrico. A Europa foi uma grande potência automóvel durante o tempo dos motores a combustão. Com o veículo elétrico está a perder o seu posicionamento face à China, que tem anos de avanço quanto às novas tecnologias. De tal forma que a chinesa BYD será o patrocinador oficial do Euro 2024. A Comissão Europeia poderá impor tarifas sobre as importações chinesas de veículos elétricos proporcionais ao nível de subsídios descobertos, o que levará a uma verdadeira guerra comercial entre ambos os blocos. A China fará o possível para manter aberto o mercado europeu para os seus automóveis elétricos.
Mas à China não lhe interessa reduzir o volume de vendas de veículos elétricos na Europa. Quer é vender automóveis de gama alta, obtendo uma margem muito mais alta. Em grande medida, já a está a conseguir implementar esta estratégia, com a exportação de produtos de valor acrescentado. Por outro lado, importa notar que Pequim também pode recorrer a represálias. Os objetivos potenciais incluem a moda de luxo francesa, o mobiliário italiano e os automóveis alemães. O que pode implicar o pedido da indústria europeia para que a Comissão Europeia recue nas suas intenções protecionistas. Por sua vez, a China poderá deixar de levar as suas fábricas para a Europa, o que tem custos elevados para o Velho Continente.


29/02/2024
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