Os “predadores” da humanidade. A destruição e o estrangulamento da economia mundial;

Os “predadores” da humanidade. A destruição e o estrangulamento da economia mundial
A violência ajudou os homens a conquistar status e recursos (comida, terra, ferramentas etc.) fundamentais.Realmente matar não eleva o “status” de ninguém. Contudo, os sociopatas sentem prazer em ser ‘estrelas mediáticas’ e verem todo o aparato gerado pela imprensa à sua procura e de todo o cenário em volta da destruição criada por eles próprios. São insensíveis, manipuladores, cruéis e destituídos de compaixão, culpa ou remorso epossuem ainda a mania de grandeza e poder. São também conhecidos como anti-sociais. Salienta-se também das suas características principais é que não possuem consciência, ou seja, sabem que é errado, tem domínio da razão, portanto, não possuem emoção e não sentem pena. Eles sentem-se os heróis. Gostam de ser temidos e venerados. É, talvez, a única forma de lhes darem atenção. Contudo, a vulnerabilidade destas figuras mediáticas torna-se num retrato de uma humanidade ambiciosa e de liderança criminosa. Eles constituem os reais predadores da humanidade, ou de sectores da humanidade, que odeiam e têm prazer em destruí-las. Segundo observa Martina Sanchez: “Essas pessoas têm tudo para se encaminhar pelas vias da criminalidade, tornando-se predadoras da sociedade, seja praticando a violência física, seja a corrupção, a mentira e todas as formas de desrespeito para com seus semelhantes. Quando elas assumem funções públicas podem tornar-se num pesadelo para a sociedade. (https://sanchezmartina.blogspot.com/2013/02/predadores-da-sociedade-e..)
Durante muito tempo acreditou-se que o homem era o único ser vivo capaz de matar deliberadamente um semelhante. O caráter pacífico de outros seres humanos, e alguns animais, como os chimpanzés, era usado como argumento para justificar a tese de que o assassinato era um desvio de comportamento humano. Na atualidade, os assassinatos podem estar diretamente ligados à nossa herança evolutiva e são cometidos por grupos, como gangues ou exércitos. Basta olhar para o mapa da violência mundial para perceber a concentração de crimes com morte.
Os princípios morais e religiosos historicamente revelaram-se pouco eficientes para evitar conflitos regionais e guerras. 
Depois de tantos séculos de vida em comunidade, com fantásticos avanços nas áreas da cultura e da civilização, o homem deveria ser capaz de controlar inclusive os traços deturpados do seu comportamento. 
Pensa-se que a natureza homicida do ser humano estaria ligada ao imperialismo de todas as potências. Tal como um indivíduo, um império (liderado por homens) almeja sempre mais poder. 
É imperativo denunciar, sob o fundamento de que os factos praticados devem ser classificados como crimes contra a humanidade, que, por força de convenções internacionais, não podem prescrever.
O conceito de crime contra a humanidade encontra-se positivado no Art.º 7.º do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, o qual foi adotado em 17/07/1998, que porém apenas passou a vigorar em 01/07/2002, quando conseguiu o quórum de 60 países. 
1.RECORDEM-SE ALGUNS DOS MAIS IMPRESSIONANTES ATOS CRIMINOSOS DA HISTÓRIA:
1.1. A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. Mais de nove milhões de combatentes foram mortos.
Também ficou conhecida como Grande Guerra ou Guerra das Guerras até o início da Segunda Guerra Mundial. Foi um conflito bélico global centrado na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. A guerra envolveu as grandes potências de todo o mundo,  (Willmott 2003, pp. 10–11) que se organizaram em duas alianças opostas: os Aliados  (com base na Tríplice Entente entre Reino UnidoFrança e Rússia) e os Impérios Centrais, a Alemanha e a Áustria-Hungria. Originalmente a Tríplice Aliança era formada pela Alemanha, Áustria-Hungria e a Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva, violando o acordo, a Itália não entrou na guerra pela Tríplice Aliança. (Willmott 2003, p. 15) (https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial).
A Tríplice Entente foi a designação dada à coligação militar entre a Grã-Bretanha, a França e o Império Russo no início do século XX. 
A Tríplice Entente surge como resposta à Tríplice Aliança, composta pelo Império Alemão, Austro-húngaro e Reino de Itália. Baseou-se em acordos estabelecidos anteriormente entre a Rússia e a Grã-Bretanha (Entente anglo-russa, 1907), a aliança Franco-russo de 1891 e a aliança entre a França e Reino Unido de 1904.
A agressividade e tentativas de expansão territorial e de influência da Tríplice Aliança causaram a coligação de forças improváveis até à época, que durante largos períodos da História Europeia foram rivais, como era o caso da França e Inglaterra. (https://knoow.net/historia/historiamundial/triplice-entente)
 Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se com mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de setenta milhões de militares, incluindo sessenta milhões de europeus, foram mobilizados numa das maiores guerras da história. (Keegan 1988, p. 8;  Bade & Brown 2003, pp. 167–168)
Mais de nove milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o um dos conflitos mais mortais na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas. (Willmott 2003, p. 307). (https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial). Portugal: “Included in total are 6,000 killed or missing in action and died of wounds.”  («World War I casualties»  Centre-Robert-Schuman.org.)
No outono de 1918, a Alemanha começou a entrar em colapso.  O Kaiser Wilhelm alemão abdicou em 9 de novembro de 1918. O Império Austro-Húngaro dissolveu-se, com a revolta de seus países membros. Em 4 de novembro, concordou com um armistício.
A Primeira Guerra Mundial foi causada por quatro fatores: imperialismo, nacionalismo, militarismo e falta de grupos de mediação internacional.
A Alemanha foi culpada pela guerra e por isso foi sobrecarregada pelas reparações de guerra que foi forçada a assinar no Tratado de Versalhes. 
 
1.2. A FOME DE 1932-33 (HOLODOMOR)- “A FOME GENOCIDA”. O HOLOCAUSTO DA FOME. “GENOCÍDIO UCRANIANO PELA FOME”

Dos cinco (5) milhões de pessoas que morreram na União Soviética, quase quatro (4) milhões eram ucranianos.

A Ucrânia é o segundo maior país da Europa e era considerada «o celeiro da Europa». Na véspera da Primeira Guerra Mundial, as fazendas ucranianas camponesas e senhoriais coletavam 43% da safra mundial de cevada, 20% de trigo e 10% de milho. (https://brazil.mfa.gov.ua/.../holodomor-genocídio-ucraniano-pela-fome)
Lenine, Vladimir Ilyich Ulianov, mais conhecido pelo pseudónimo Lenin ou Lenine (Simbirsk, 22 de abril de 1870 — Gorki, 21 de janeiro de 1924), foi um revolucionário comunista, e teórico político russo que serviu como chefe de governo da Rússia Soviética de 1917 a 1924 e da União Soviética. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Lenin). A partir de 1919, iniciou uma política de confisco de terras, animais e cereais dos camponeses, que gradualmente levaria a uma crise de fome em massa na população. O ditador Estaline (Josef Stalin) seguiu a política da reforma agrária do revolucionário Lenine e fez uso do terror para impor a coletivização mediante a qual, o Estado se apropriou das terras e do gado dos camponeses, agrupando-as em latifúndios coletivos. Para impor tal, fez uso de tropas regulares e da polícia secreta. Os comunistas de Moscovo tinham decidido coletivizar a Ucrânia para que a União Soviética pudesse acelerar a sua industrialização à custa dos camponeses expropriados. Na Ucrânia, porém, foi proibida a saída dos camponeses para as cidades. (António Justo;www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/ 3 de março de 2019)

“Holodomor”, ou como Stalin matou à fome milhões de ucranianos. (https://zap.aeiou.pt/holodomor-estaline-matou-fome-milhoes-ucranianos.) Milhões de ucranianos morreram de fome durante a ditadura de Stalin, mas maisde 80 anos depois, a Ucrânia continua a lutar para que o “Holodomor”, como é conhecida a tragédia, seja reconhecida como um ato de genocídio pela comunidade internacional.

fome de 1932-33 (Holodomor).

O resultado das políticas de Stalin foi a Grande Fome (Holodomor) de 1932-33 — uma catástrofe demográfica feita pelo homem sem precedentes em tempos de paz. Dos cerca de 5 milhões de pessoas que morreram na União Soviética, quase quatro milhões eram ucranianos. A fome foi um ataque direto aos camponeses ucranianos, que teimosamente continuaram a resistir à coletivização.  («The famine of 1932–33». Encyclopædia Britannica online)
O Holodomor (Grande Fome) de 1932-33 na Ucrânia foi o genocídio do povo ucraniano. Esta tragédia humanitária pertence aos mais cruéis massacres que o século XX viveu, apesar de ainda muito desconhecida. Inna Ohnivets: 5 de Abril de 2021 (https://www.publico.pt/2021/04/05/opiniao/noticia/holodomor-fome-ucrania-genocidio-povo-ucraniano)
1.3. A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: durou de 1939 a 1945. Calcula-se um total de 85 milhões de mortos.
Foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo — incluindo todas as grandes potências — organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra total", os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade económica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significativo de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate. Foi o conflito mais letal da história da humanidade, resultando entre 50 a mais de 70 milhões de mortes.  (Sommerville, Donald (14 de dezembro de 2008). The Complete Illustrated History of World War Two: An Authoritative Account of the Deadliest Conflict in Human History with Analysis of Decisive Encounters and Landmark Engagements. [S.l.]: Lorenz Books. p. 5. ISBN 0754818985(https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial)
A industrialização da morte, encontrou no uso do gás uma mudança qualitativa. A morte por gás em escala industrial introduziu o anonimato dos responsáveis em face de vítimas sem nome, e consentiram a diluição da responsabilidade.
Na Segunda Guerra Mundial a responsabilidade foi atribuída às ambições imperialistas germânicas e japonesas.
Calcula-se um total de 85 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial, onde mais de 50 milhões foram civis. (segundaguerra.org/os-mortos-na-segunda-guerra-mundial/).
1.4. A REVOLUÇÃO DO CAMBOJA COMEÇOU EM 17 DE ABRIL DE 1975: Cerca de 1,7 milhões de pessoas morreram às mãos dos Khmers Vermelhos.
Os Khmers Vermelhos, um grupo maoista que queria abolir a propriedade privada e converter o Camboja num país rural, tomaram o poder em 1975 e impuseram um regime repressivo, até serem expulsos em 1979 pelas tropas vietnamitas, também comunistas.
Cerca de 1,7 milhões de pessoas morreram devido a purgas, fome e abusos às mãos dos Khmers Vermelhos, liderados por Pol Pot, que morreu em 1998.
A revolução do Camboja começou em 17 de abril de 1975 com a evacuação de mais de 2 milhões de pessoas de Phnom Pehn, a capital ficou deserta e as famílias foram aleatoriamente divididas e enviadas para os campos de trabalho forçado para plantar campos de arroz e cavar canais de irrigação, a meta era tornar o Camboja numa sociedade 100% agraria e dobrar a produção de arroz da noite pro dia, algo que jamais ocorreu.
Enquanto jovens eram treinados para integrar a milícia, homens, mulheres e crianças a partir de 6 anos eram forçados a trabalhar cerca de 18 horas por dia e obtinham pequenas porções de comida em troca do trabalho forçado. O ritmo imposto sobre os camponeses era tão duro, que milhares dos cambojanos sofreram a mais dura das mortes: fome.
Todos os bens de consumo ocidentais foram destruídos, o dinheiro foi abolido e todos os imóveis passaram a pertencer ao estado. Em seguida Pol Pot, o líder do movimento, começou a prender e assassinar todos os cidadãos que possuíam qualquer instrução: médicos, engenheiros, advogados eram presos e mortos junto com todos os membros da família para evitar qualquer revanche/vingança futura. Grande parte dos assassinatos ocorreu nos campos de concentração de Phnom Pehn.
(https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/os-horrores-do-genocidio); (https://ngib.wordpress.com/2011/06/28/khmers-vermelhos-camboja-comeca).
1.5. INVASÃO DA UCRÂNIA PELA RUSSIA
Vladimir Putin (1952) advogado e político russo é o presidente da Rússia desde 2012. Antigo funcionário da KGB, após a dissolução da agência soviética. 
Em 2022 fevereiro 24, a Rússia lançou uma invasão militar em larga escala contra a Ucrânia. Contudo, esta invasão marcou uma escalada acentuada para um conflito que começou em 2014. 
Em 2014, a Rússia anexou a CRIMEIA, enquanto as forças separatistas apoiadas pelo governo russo tomaram parte da região do DONBAS no sudeste da Ucrânia.
A Revolução Ucraniana de 2014, também chamada Revolução da Dignidade, teve início em Kiev, capital da Ucrânia, a partir de violentas manifestações de protesto, conhecidas como Euromaidan, contra o governo do presidente eleitoViktor Yanukovych
Os distúrbios rapidamente se intensificaram, levando à deposição de Yanukovytch e à instalação, alguns dias mais tarde, de um governo interino, apoiado por grupos todos mais ou menos anticomunistas, unidos contra o poder russo. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução_Ucraniana_de_2014)
Em 21 de fevereiro de 2022, Putin reconheceu a República Popular de DONETSK e a República Popular de LUGANSK, duas regiões autoproclamadas como Estados que controladas por separatistas pró-Rússia em DONBAS.  No dia seguinte, o Conselho da Federação da Rússia autorizou por unanimidade o uso da força militar e as tropas russas entraram em ambos os territórios.
 Em 24 de fevereiro, Putin anunciou uma "operação militar especial", supostamente para "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia. Minutos depois, mísseis atingiram locais em todo o território ucraniano, incluindo Kiev, a capital. 
O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) viabilizou, em 2022março16, medidas preventivas contra o que classifica de abusos da Rússia durante a guerra na Ucrânia e ordenou fim da evasão. 
Mais de 2.500 pessoas foram mortas em MARIUPOL desde o início da guerra, de acordo com um assessor presidencial ucraniano. (https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2022/03/14/covas..) 
“Morrer duas vezes”. 20/03/2022 · Na capital ucraniana os mortos não estão a salvo da fúria das tropas russas. Nem quem os enterra. Esta semana, vários mísseis atingiram o cemitério de Berkovets’kyy Tsvyntar, “Morrer duas vezes em Kiev: Russos bombardeiam cemitério”. (https://www.cmjornal.pt/mais-cm/especiais/guerra-na-ucrania/detalhe...)
21/03/2022 · A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 847 mortos e 1.399 feridos entre a população civil, incluindo mais de 140 crianças. (https://famatv.pt/mundo/03/21/video-mostra-momento-em-que-shopping).
“Permitir que o presidente russo anexasse a Crimeia, em 2014, constituiu um “erro terrível” por parte do Ocidente.” Quem o reconheceu foi o primeiro-ministro britânico, que assinou na imprensa do seu país, um artigo sobre as ondas de choque da invasão da Ucrânia. Boris Johnson escreveu que acabar com a dependência de petróleo e gás russos é a única forma de pôr termo à “chantagem contínua” de Vladimir Putin. (https://www.rtp.pt/noticias/mundo/anexacao-da-crimeia-boris-johnson..2022mar15)
No dia 24 do mês de março, completou-se um mês que a Rússia invadiu a Ucrânia. Os efeitos da guerra são devastadores. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), perto de 7 milhões de pessoas estão deslocadas internamente, e o número dos que fugiram para países vizinhos aproxima-se rapidamente de 4 milhões.
Isso significa que um em cada quatro ucranianos está deslocado à força. Cerca de mil centros de saúde na Ucrânia estão perto de áreas de conflito e as consequências são de acesso limitado ou inexistente a medicamentos e hospitais, o que significa que os tratamentos de doenças crónicas praticamente pararam.
A infraestrutura de saúde do país destruída e o fornecimento de suprimentos médicos interrompido representam uma grave ameaça para milhões de pessoas. Segundo a ONU, acredita-se que aproximadamente metade das farmácias da Ucrânia estejam fechadas. Muitos profissionais de saúde estão deslocados ou incapazes de trabalhar.
Até 22 de março, a OMS havia verificado 64 ataques à saúde em 25 dias (entre 24 de fevereiro e 21 de março), causando 15 mortes e 37 feridos. Isso equivale a uma média de 2,5 ataques por dia.
“Os ataques à saúde são uma violação do direito internacional humanitário, e uma tática de guerra perturbadoramente comum – eles destroem a infraestrutura crítica, mas pior, destroem a esperança. Eles privam pessoas já vulneráveis ​​de cuidados que muitas vezes são a diferença entre a vida e a morte. Os cuidados de saúde não são – e nunca devem ser – um alvo”, disse Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia.
Muitas pessoas continuam presas em áreas de conflito e, com os serviços essenciais suspensos, não conseguem acesso a comida, água e medicamentos. De acordo com a ONU, mais de 200 mil pessoas estão agora sem acesso à água em várias localidades no oblast de DONETSK, que é uma subdivisão administrativa e territorial em alguns países eslavos e ex-repúblicas soviéticas, enquanto os constantes bombardeios na região de LUHANSK destruíram 80% de algumas localidades, deixando 97.800 famílias sem energia.
A guerra já deixou mais de 2,9 milhões de crianças em extrema necessidade de assistência humanitária, segurança, proteção e apoio psicossocial. Mais de 1,5 milhão de crianças ucranianas já fugiram do país. (https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2022-03/invasao)
“Foi assustador o discurso de Putin no Kremlin, no passado dia 21 de fevereiro, lembrando-nos as intervenções dos mais lunáticos e sanguinários ditadores que abundam, infelizmente, na história da humanidade. Numa época em que, para a maioria dos habitantes deste planeta, os perigos de um conflito armado entre as grandes nações parecia algo inimaginável, surge, de repente, a intervenção do senhor todo-poderoso da Rússia, a roçar as fronteiras da demência, tal o ódio destilado para com a Ucrânia, que para ele não tem o direito de existir, e a obsessão doentia pelo restauro do império russo.” (https://www.almeirinense.com/2022/03/20/putin-e-o-medo-da-democracia)

2. IMPACTO E DEVASTAÇÃO ECONÓMICA DAS GUERRAS E DOS GENOCIDIOS HUMANOS
Os graves danos económicos, sociais e ambientais e de conflitos nas relações internacionais produzidos pelas guerras tiveram como característica a mobilização de enormes exércitos que exigiam alimentação, vestuário, transporte, combustíveis, armas, equipamentos e munições em grande volume.  A mobilização de grande contingente humano para a guerra centrou-se muito na procura efetiva nos ramos produtores de bens de consumo, alimentação e vestuário. 
Durante as grandes guerras mundiais, enormes contingentes de milhões de trabalhadores foram convertidos em soldados. Ou seja, parte significativa da força de trabalho foi deslocada do processo de produção e transferida para as linhas de combate. Essas forças de trabalho eram substituídas pelo exército industrial de reserva e pela incorporação de mulheres, crianças e idosos no mercado de trabalho. O grau de desenvolvimento das forças produtivas exigia que cada unidade de força de trabalho deslocada para a guerra fosse substituída por outra equivalente. Por outro lado, a pesquisa militar e espacial, financiada principalmente pelos orçamentos dos Estados dos países desenvolvidos marcou toda a gama de produtos e serviços disponíveis hoje nos mercados de consumo.
Antes da Primeira Guerra Mundial, a economia global estava a crescer. A tecnologia, como os navios a vapor, o telégrafo e o telefone, expandiram as viagens e as comunicações globais. Não havia limites para a imigração e nem necessidade de passaportes. Os governos eram pequenos e mantinham os seus orçamentos equilibrados.
O mundo mudou depois da Primeira Guerra Mundial. 
Os países impuseram restrições ao comércio, fluxo de capital e imigração. As pessoas começaram a desconfiar dos estrangeiros. Esse protecionismo preparou o terreno para a Grande Depressão. 
 O compromisso da Rússia com a guerra criou escassez de alimentos. Pessoas famintas estavam abertas às promessas do comunismo. Em 1917, a Revolução Russa acabou com o regime czarista e com o envolvimento da Rússia na guerra.
As tropas ajudaram na propagação da pandemia de gripe de 1918.  Em todo o mundo, uma em cada três ou 500 milhões de pessoas adoeceu.
A produção entrou em colapso, levando à escassez de bens, especialmente alimentos. O conflito causou um fenómeno até então quase desconhecido na Europa: a inflação. A impressão de dinheiro e a especulação fizeram com que as moedas europeias perdessem valor rapidamente.
A URSS, sob o governo de Stalin, tornou-se um país industrial, com uma forte indústria pesada, mas também com uma indústria de bens de consumo atrasada. Entre 1928 e 1932, o número de operários industriais duplicou (de 11,5 milhões para quase 23 milhões). A industrialização e coletivização forçadas impuseram um férreo controlo  social pela burocracia, já “stalinista”, e a eliminação de qualquer resquício de vida política além das fronteiras dos círculos dirigentes do país. As principais consequências desses fenómenos foram o rápido ritmo da urbanização, o crescimento da burocracia estatal e partidária, a diferenciação salarial. 
A Segunda Guerra Mundial, começou “oficialmente” a 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polónia ocidental pela Alemanha nazi, que derrotou a resistência militar polaca. As pessoas que responderam às incitações alemãs sabiam que estavam agradando ao novo senhor e, acreditando ou não que os judeus fossem responsáveis [pela guerra], por meio de suas atitudes confirmavam a visão do mundo nazi.
Em agosto de 1939, Stalin celebrou um pacto com Hitler, declarando seu apoio político aberto ao regime contrarrevolucionário alemão. O pacto permitiu a Hitler iniciar a Segunda Guerra Mundial sem se arriscar a uma guerra em duas frentes.  
A partir de 1939, a guerra sino-japonesa virou um cenário da guerra mundial. O Japão continuou a estender seus domínios na Ásia atacando a Birmânia, atual Mianmar, devido à sua grande produção de arroz e óleo.
A Alemanha invadiu a França, a Bélgica, os Países Baixos e o Luxemburgo em 10 de maio de 1940. Em 1940, também, a França foi invadida com rapidez por forças alemãs e aceitou sem hesitar a subordinação a Hitler. A União Soviética anexou Estónia, Letónia e Lituânia e, em seguida, conquistou a disputada região romena da Bessarábia. Com a França neutralizada, a Alemanha começou uma campanha de supremacia aérea sobre o Reino Unido para preparar a invasão das ilhas britânicas.
No final de setembro de 1940, o Pacto Tripartite uniu o Império do Japão, a Itália fascista e a Alemanha nazi, para formalizar a aliança militar das potências do Eixo. Esse pacto estipulou que qualquer país, com exceção da União Soviética, que atacasse qualquer uma das potências do Eixo, seria forçado a ir para a guerra contra os três em conjunto. Benito Mussolini declarou  guerra contra a Inglaterra e a França duas semanas após os exércitos destas nações terem saído de Dunquerque em junho de 1940.
A Alemanha nazi financiou boa parte de seus gastos militares mediante o saque (material e financeiro) dos países ocupados, em especial a França. As economias (as economias dos principais países beligerantes) transformaram-se em economias de guerra durante o conflito.
Quando o Terceiro Reich se rendeu aos aliados, a devastação na Alemanha era completa. Cidades, aldeias, estradas de ferro e portos estavam em ruinas. Escolas, tribunais, governos locais, serviços públicos, todos estavam derrubados. A destruição urbana da Alemanha era total.
A bomba atómica de urânio (Little Boy) foi lançada sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945, foi seguida por uma explosão de uma bomba nuclear de plutónio (Fat Man) sobre a cidade de Nagasaki em 9 de agosto. Os efeitos das explosões mataram entre 90 mil e 166 mil pessoas em Hiroshima e 60 mil e 80 mil seres humanos em Nagasaki. Durante os meses seguintes, vários morreram por causa do efeito de queimaduras, envenenamento radioativo e outras lesões, que foram agravadas pelos efeitos da radiação.
O delineamento de uma “nova ordem económica mundial” precedeu, durante a guerra, o estabelecimento da ordem política internacional, realizado na Conferência de San Francisco (1945) que deu origem às Nações Unidas.
Os gastos armamentistas, ao concentrarem percentagens cada vez maiores do avanço científico e tecnológico, proporcionaram atividades intensivas em capital constante (máquinas e equipamentos).
A história regista uma quantidade verdadeiramente perturbadora de tiranos, déspotas e ditadores. Encarregados de governar ou presidir a países e povos, esses indivíduos "retribuíram" o privilégio formando regimes autoritários com pouca ou nenhuma consideração pelo pluralismo político, pelos direitos humanos ou pelo Estado de Direito e usam de violência extrema contra a sua própria população. Jovens que não conseguem envelhecer com as políticas criminosas destes tiranos e ditadores. Várias gerações para quem o futuro foi “roubado”. Gerações cujos sonhos e vidas foram aniquilados na escuridão e na ausência de limites morais, sociais e humanos. Infelizmente quando estes tiranos desaparecerem outros surgirão também sem quaisquer valores humanos.  Por outro lado, haverá sempre os bajuladores que acompanham e servem estes tiranos, em proveito próprio, e assim perpetuam o seu estatuto durante muito tempo. Dos seus reinados resultam genocídios da humanidade, devastação económica e destruição social. É importante reconhecer a coragem de todos os que resistem e lutam contra as guerras injustas. É a luta pela dignidade humana. A luta pela Dignidade dos seres humanos deveria estar no centro das preocupações dos políticos a nível mundial. Na verdade a luta pelo aperfeiçoamento da democracia passa pela luta pelos Direitos Humanos, pela sua extensão a cada vez mais sociedades, pelo seu aprofundamento em cada sociedade e em cada dimensão da vida. O mundo entrou numa espécie de carrossel militarista, e vivemos com a guerra. Os senhores da guerra invadiram os noticiários, os especialistas formulam teorias e estratégias militares. Fica-nos uma triste certeza: ainda continuamos a viver num mundo dominado pela ganância, pelo efémero, pelo banal, pela evidência dos que tudo têm, contra os despojados, pelos deslocados das suas casas, pela exploração e humilhação dos povos, pelo desprezo da condição humana e da ética em benefício das guerras injustas e injustificadas, do mercado e do ganho. 

João Alexandre Coelho Doutorado em Administração Pública (especialização em Contabilidade), economista e auditor internacional, 05/04/2022
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