Nova Vaga quer construir empreendimento residencial de referência na zona da Urbanização do Foco;

Investimento de 28 milhões de euros
Nova Vaga quer construir empreendimento residencial de referência na zona da Urbanização do Foco
A Nova Vaga – Construções Imobiliárias, empresa sediada na Trofa e com vários projetos em construção no Grande Porto, aposta na promoção de um empreendimento de referência nos dois lotes de terrenos localizados na Boavista, junto à Urbanização do Foco, no Porto, comprados recentemente ao Crédito Agrícola.
O ativo, situado na Rua Fernando Pessoa e Rua Azevedo Coutinho, a poucos metros da Avenida da Boavista e ao lado da conhecida Igreja do Foco, contempla duas parcelas inseridas em loteamento – para construção em altura –, com 3380 m2 de área de terreno e uma capacidade construtiva acima do solo de mais de 13.000 m2.
O terreno é considerado pelo Plano Diretor Municipal do Porto como uma “área de frente urbana contínua em consolidação”, permitindo a construção de um edifício, por lote, de uso misto, mas predominantemente para uso residencial.
Com um investimento total estimado em mais de 28 milhões de euros, tem prevista a construção de 80 fogos habitacionais (50 num lote e 30 no outro), com nove pisos acima da cota soleira e cinco pisos abaixo do solo, em cada edifício. A área total de construção prevista é de 22.970 m2.
De acordo com Artur Silva, administrador da Nova Vaga – empresa que conta com cerca de 30 anos de experiência na área da construção, apostando na promoção de projetos de qualidade –, o objetivo é elevar a fasquia na construção de projetos de gama superior.
Esta é “uma aquisição importante para a empresa e que está perfeitamente alinhada com a estratégia delineada, localização de excelência, qualidade de construção e bons acabamentos” que marcarão o futuro da empresa, destaca o responsável.

Terrenos com preço de 15,5 milhões de euros

De acordo com a proposta de venda dos terrenos, divulgada ao mercado pela CA Imóveis, do grupo Caixa Agrícola – a que o Imobiliário/VE teve acesso –, o valor pedido pelos dois lotes era de 15,5 milhões de euros. Um valor muito elevado, de acordo com alguns dos investidores a quem foi proposto o negócio, prevendo-se, por isso, que a conclusão do negócio tenha sido feita por valor inferior.
Filipe Santos, associate diretor da Savills, no Porto, consultora imobiliária que assessorou a venda de dois lotes de terreno à Nova Vaga, destaca a confidencialidade deste dado por parte do Crédito Agrícola.
Contudo, alerta para o facto de ter sido “entusiasmante e gratificante concluir com sucesso processos de venda na Cidade Invicta, contribuindo desta forma para a sua valorização e crescimento”.
Na sua opinião, o Porto, e esta localização em particular, “tem baixos níveis de oferta residencial, pelo que é com especial satisfação que, em período de pandemia, assistimos a esta inequívoca prova de resiliência do mercado, potenciada pelo trabalho de proximidade com os parceiros locais, a Imobiliária Porta 88 e o promotor nacional grupo Nova Vaga.
A Nova Vaga tem em construção outros empreendimentos residenciais no Porto, um deles localizado junto na Rua Correia de Sá, junto à Avenida da Boavista, que se encontra em fase de conclusão.  Outro  empreendimento está previsto para a Praça Guilherme Pinto, em Matosinhos Sul.

Simoga comprou terrenos por perto de 60 milhões de euros

Os dois lotes comprados pela Nova Vaga fazem parte de um conjunto, a que se juntam mais três lotes, num total de perto de dois hectares de terreno, que foram adquiridos pela empresa imobiliária Simoga, grupo Salvador Caetano, em outubro de 2006, por perto de 60 milhões de euros.
O espaço, localizado nesta zona nobre da cidade do Porto, era ocupado pelas antigas instalações da Fábrica da Fibra Comercial Lusitana, nessa altura propriedade da Fercopor, e levou o promotor a idealizar um projeto residencial de luxo, procurando rentabilizar o valor dos terrenos, considerado na altura já muito elevado.
Contudo, a crise financeira que se seguiu nos anos seguintes não permitiu o avanço do projeto residencial, agravando também a situação da Simoga, que acabou por falir poucos anos depois.
Na lista de credores estava um conjunto de bancos – entre eles alguns dos que financiaram a compra dos terrenos –, sendo que o Crédito Agrícola detinha a maior fatia. Neste momento, as três restantes parcelas estão sob gestão da private equity Explorer Investments.

 

ELISABETE SOARES (elisabetesoares@vidaeconomica.pt), 15/04/2021
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