Santander reforça liderança no crédito às empresas;

Mais de 22 mil milhões de euros e crescimento superior a 25%
Santander reforça liderança no crédito às empresas
Bancos concederam mais 6978 milhões de euros de crédito às empresas no primeiro trimestre.
O Santander reforçou a liderança no crédito às empresas em Portugal, distanciando-se da CGD que tinha destronado no final de 2023. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida não só voltou a conceder o maior volume crédito no final do primeiro trimestre de 2024, atingindo os 22 225 milhões de euros, como voltou a registou a maior subida trimestral yoy (25,3%) comparativamente aos outros bancos. O BPI é o segundo banco a aumentar mais o crédito (6%) e a CGD surge em terceiro (1,7%).
 
O crédito às empresas dos cinco maiores bancos que operam em Portugal atingiu os 84 752 milhões de euros no final do primeiro trimestre de 2024. São mais 6978 milhões do que no primeiro trimestre do ano anterior e correspondem a um aumento de quase 9%.
O Santander mantém o primeiro lugar do pódio no crédito às empresas em Portugal que conquistou no final do ano passado, com 22 225 milhões de euros, em segundo lugar surge a CGD, com 19 997 milhões de euros.
Face a estes resultados, a CGD que já tinha perdido a liderança no crédito às empresas que passou a ser assumida pelo Santander, vê agora o novo líder distanciar-se. A diferença no volume de crédito às empresas entre os dois bancos é agora de 2228 milhões euros. Do final de 2023 era de 814 milhões de euros, ou seja, a diferença subiu em mais de duas vezes e meia.
E o Santander não só é o banco que tem o maior volume de crédito às empresas como também é o banco que, mais uma vez, regista a maior subida (25,3% agora 13,7% no final de 2023). Mas há também outros bancos que subiram o crédito às empresas: BPI (6%), CGD (1,7%, melhor que os 0,7% registados em Dezembro do ano passado). Em sentido inverso, com variações negativas a nível nacional, surgem, mais uma vez, o Millennium bcp (- 8,5%, agravando a queda em 1%) e novobanco (que melhora de - 3% para 0,6%).
“Nos primeiros três meses do ano, o Santander Portugal continuou a desempenhar um papel crucial no apoio aos nossos clientes e à economia nacional. Registámos um aumento nos volumes de crédito e de recursos comparativamente ao final de 2023”. “Mantivemos uma qualidade sólida da nossa carteira de crédito e uma adequada geração de capital, o que nos permite continuar a investir na melhoria da qualidade de serviço e na experiência do cliente”, afirmou Pedro Castro e Almeida, presidente Executivo do Banco Santander Portugal, durante a apresentação de resultados do primeiro trimestre.
 
BPI é o segundo banco com maior crescimento
 
Em fina de 2024, todos os bancos manifestaram querer crescer no crédito às empresas. Mas, pelos resultados alcançados no primeiro trimestre, apenas três bancos estão a conseguir esse objetivo (Santander, CGD e BPI)
Recorde-se que fonte do BPI explicou à “Vida Económica” (Edição nº 2021, de 3 de março) que a quota de mercado no segmento de empresas tem vindo a crescer de uma forma sustentada, pelos seguintes fatores: uma oferta competitiva, para todos os tipos de empresas, com especial destaque para as soluções para apoiar a transição sustentável das empresas portuguesa; uma crescente aposta de qualidade de serviço; a aposta em setores considerados como estratégicos e prioritários – Agricultura, Comércio Internacional e Turismo – para os quais dispõe de soluções abrangentes e competitivas e de equipas dedicadas à estruturação de financiamentos; foco na disponibilização de soluções digitais que facilitam a gestão do dia a dia das empresas”. Pela análise dos resultados do primeiro trimestre de 2024, constata-se esta realidade, o BPI aumentou o crédito às empresas de 10,9 para 11,6 mil milhões de euros, traduzindo um crescimento de 6% (yoy).
 
CGD cresce com iniciativas inovadoras para empresas
 
Relativamente à CGD, seguindo a informação prestada por fonte oficial do banco à VE, o crescimento da carteira de crédito às Empresas e Setor Público de 1,7% (0,7% foi o resultado anual de 2023) é certamente um dado muito positivo por ocorrer ainda num quadro de concorrência intensa, num mercado de crédito que registou uma retração em 2023 (-2,1%), levando a que a Caixa tenha conseguido reforçar a quota de mercado no crédito às PME para 15,8%”.
Relembramos a informação prestada à VE pela CGD no início deste ano: “Neste contexto, a evolução positiva da carteira e a melhoria da posição competitiva da Caixa comprovam o forte incremento da atividade com sua base de clientes Empresa, em áreas chave de relacionamento, nomeadamente no financiamento ESG (+37% em stock de crédito), leasing mobiliário (+45% em produção, consolidando a posição #1 em quota de mercado no produto), trade finance (+16,2% em nº de operações documentárias), confirming (+35% em produção no canal digital), seguros de empresas (+34% em carteira) e crédito titulado (+11,5% em stock de crédito)”. Esta estratégia irá certamente a ser reforçada ao longo 2024
A densificação e fortalecimento das relações com os seus clientes empresas é sustentada através de iniciativas inovadoras dirigidas a este segmente (como por exemplo a plataforma de gestão de pagamentos digital ‘Flexcash’ e a possibilidade de consulta do rating ESG no Caixa Directa Empresas – ambas funcionalidades exclusivas no mercado) e por “um conjunto de transformações estruturais em áreas de suporte relevantes para a antecipação, rapidez de resposta e qualidade do serviço prestado, contribuindo para o valor acrescentado que as Empresas – e sobretudo as PME - percepcionam do Grupo CGD”. Tudo isto terá contribuído para que a CGD continue a aumentar o crédito às empresas que, no final do 1T de 2024 se situou em 19 997 milhões de euros (16 664 milhões foi o valor alcançado no 1T de 2023).
Em 2024, a Caixa mantém a sua estratégia de reforço de quota no crédito às Empresas, com particular foco nas PME, onde o Banco tem crescido e “tem condições para aumentar a penetração e o share of wallet”.
 
Millennium bcp e novo banco continuam com quedas de crédito
 
Relativamente à queda no crédito às empresas do Millennium bcp (-8,6%), o bancos justifica essa situação “devido à menor procura de crédito em virtude de taxas de juro mais elevadas e aos atrasos nos projetos de investimento, nomeadamente os co-financiados com fundos europeus. Adicionalmente, o reembolso das linhas Covid também influenciou esta evolução, com expressão acrescida na medida em que o Banco havia assumido um papel preponderante na concessão destes financiamentos durante a pandemia” – pode ler-se no relatório de apresentação de resultados.
No caso do novobanco, apesar da queda registada no crédito às empresas (-0.6%), Mark Bourke, CEO do banco, afirmou que “continuamos a cumprir consistentemente a nossa estratégia, com crescimento sustentado da atividade e dos resultados, e operações eficientes destinadas a apoiar famílias e empresas, ao longo da sua vida.” 


 
VIRGÍLIO FERREIRA virgilioferreira@grupovidaeconomica.pt, 23/05/2024
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