Na caso do gasóleo, as empresas portuguesas suportam um custo 20% mais alto que em Espanha. Ao preço actual de ¤1,026, o Iva dedutível em 50% e a tributação autónoma representam um preço efectivo de ¤0,964. Em Espanha, com o preço de venda de ¤0,93, o custo efectivo para as empresas após a dedução do Iva é de ¤0,801 por litro.
A enorme diferença de custo dos combustíveis entre Portugal e Espanha deve-se à elevada pressão fiscal no nosso país, que agrava os custos e afecta a competitividade das empresas.
Ao manter normas internas que impedem ou limitam a dedução do IVA relativo a transacções inerentes ao processo produtivo, o Estado português está a pisar o risco da legalidade em termos das normas europeias. A lógica de funcionamento do IVA baseia-se na possibilidade de dedução integral do Iva nas transacções efectuadas pelas empresas. Os tribunais europeus têm confirmado de forma constante o direito à dedução do IVA pelas empresas, contrariando as normas nacionais que a tentam limitar. Independentemente do diferendo que possa surgir nos tribunais europeus, as empresas portuguesas á têm o direito a obter a restituição do IVA suportado nas transacções efectuadas no estrangeiro, o que inclui a compra de combustíveis e outras despesas. Para o efeito, devem reunir os comprovativos de despesa e solicitar a devolução do IVA, de acordo com as normas em vigor.