Na minha empresa existem: Ações para executivos não familiares;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
Na minha empresa existem: Ações para executivos não familiares
Quando se fala de Empresas Familiares, uma das principais ideias que se associa é a de se tratarem de sociedades muito ligadas a uma família (por vezes duas ou mais), que domina totalmente o seu capital e gestão.
Esta é uma caraterística real que, contudo, tem vindo a evoluir, quer na componente da sua gestão quer na da posse do capital. Cada vez mais se identificam Empresas Familiares que incorporam na sua gestão de topo, ou nos quadros de primeira linha, profissionais muito competentes e que nada tem a ver com a família proprietária. Sendo natural esta particularidade nas empresas de maior dimensão, até porque a família nem sempre tem pessoas disponíveis para colmatarem as suas necessidades de capital humano, também muitas PME seguem esta tendência.
Uma das formas de compensação destes quadros superiores, para além de uma remuneração adequada à do mercado e setor, pode passar pela entrada no capital da empresa para a qual estão motivados a desenvolver e com a qual se sentem uma forte ligação. Implementar-se esta filosofia compensatória implica desenvolver também uma cultura diferente de partilha de informação e criar mecanismos que permitam a criação de liquidez destas posições acionistas. Dada a política subjacente a esta abertura de capital, certamente que, em caso de abandono da empresa, seja natural que se pretenda que essa parte do capital regresse à empresa, família ou, muitas das vezes, a outros quadros que continuam na empresa.

A Ruy de Lacerda & Ca, SA é uma empresa orientada à distribuição de equipamentos, matérias primas e serviços pós-venda destinados a setores como a indústria dos plásticos ou gráfica, corte industrial e reciclagem.
A sua génese, em 1950, deveu-se à visão de Ruy de Lacerda, estando baseada em atividades exclusivas com um elevado índice de qualidade e de princípios técnicos orientados e sustentados por uma equipa bem treinada e direcionada para o cliente.
Liderando a empresa durante muitos anos e tendo presente o espírito de assegurar a sua continuidade, convidou para trabalhar consigo o genro David Zamith. Suportando-se na mesma visão de base, a sua dinâmica deu um enorme impulso ao negócio, permitindo o alargamento da atividade a outros setores e produtos mantendo e o crescimento da empresa que, em 2012, passa a Sociedade Anónima.
Uma particularidade desta empresa familiar, cujo capital é controlado pela família Lacerda Zamith, é estar habituada a ter o capital aberto a sócios não familiares. Não sendo nada habitual neste tipo de sociedades, a filosofia subjacente tem sido a de permitir que os seus principais quadros possuam uma parte do capital que, aquando de uma saída futura da sociedade, deve ser alienado à família, empresa ou a outros quadros diretivos da mesma.


Temas para reflexão:
• Os quadros superiores da nossa empresa gostariam de ser seus acionistas?
• Estamos preparados para assegurar esta coexistência de empregados e acionistas?
• O que necessitamos e implementar uma tal filosofia de abertura de capital?

 
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