O empresário familiar é criativo;

Reflexões sobre Empresas Familiares
O empresário familiar é criativo
Rui Nabeiro coloca delta a ganhar com a inovação
Delta Bugati

Uma máquina de design único

Existe uma ideia generalizada de que as empresas familiares são conservadoras, muito ligadas ao seu passado, com uma evolução gradual mas muito cuidada, ponderada e que os seus líderes são pouco recetivos à mudança.

Esta posição pode desde logo ser rebatida pelo simples facto de um empresário, para se lançar num negócio, suporta-se amiudadas vezes em evoluções ou aplicações diferenciadoras, relativamente a posições existentes no mercado. Por outro lado, se isso pode ser verdade em determinadas situações, a realidade é que os negócios familiares possuem cada vez mais uma grande capacidade de adaptação e que, não só mas também, aproveitam os momentos de integração de elementos das novas gerações para absorverem novas ideias, novos projetos e até mesmo, em alguns casos, reposicionarem o seu negócio.
Se as empresas conseguem sobreviver dezenas ou centenas de anos na mesma família, é porque têm sabido ajustar-se à evolução dos mercados. É contudo natural, dada a sua aversão e sensibilidade a riscos menos controlados, que se assista muito mais vezes a evoluções progressivas do que disruptivas, quer dos seus produtos quer do seu negócio base.
Temas para reflexão:
• Há quanto tempo lançámos o último produto novo?
• Quanto representam em faturação os produtos lançados nos últimos 5 anos?
• Como estão posicionados os nossos concorrentes em matérias de inovação?


Rui Miguel Nabeiro é a 3ª geração da família de Campo Maior que chega à administração da Delta, empresa líder nacional de mercado de cafés com uma quota superior a 40%. Termina o curso de gestão em 2003, ingressando desde logo na empresa familiar, na área de marketing.
Em meados da 1ª década deste século surge uma grande mudança neste negócio: o café em cápsulas – que rapidamente conquista os portugueses. Como não tinham solução própria, tiveram de desenvolver um projeto de raiz. Estando na altura a liderar a área comercial em Lisboa, assumiu um novo projeto cujo resultado foi a Delta Q, em 2007, e uma equipa dedicada à investigação e desenvolvimento na empresa dedicada ao design – Diverge Design.
Num mercado que parecia maduro, abriu-se uma nova janela de oportunidade e crescimento que foi bem aproveitada – em 2011 o crescimento de 6% da faturação deveu-se em cerca de 90% à Delta Q. Cinco anos após o seu lançamento, alcançaram meio milhão de máquinas e 300 milhões de cápsulas, o que reflete bem o impacto que esta inovação tem nesta empresa que, mais do que viver da sua história, todos os dias escreve mais uns linhas do seu futuro.

 

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