A empresa familiar tem perspetivas de longo prazo;

Reflexões sobre Empresas Familiares
A empresa familiar tem perspetivas de longo prazo
A principal vantagem das empresas familiares, identificada pelo estudo da Egon Zehnder, está associada às suas perspetivas de longo prazo. 
Sendo que, para muitos de nós, esta seria uma das caraterísticas expectáveis, a realidade é que existe um posicionamento muito distinto quando se analisam as respostas por área geográfica dos inquiridos.
Se, na Europa, esta caraterística peculiar das empresas familiares foi realmente a mais apontada, com quase dois terços das respostas, na região asiática foi inferior a 40%.
Contrariamente, muitas das entidades detidas por proprietários não familiares, como sejam fundos de investimento, acionistas maioritariamente dispersos em bolsa e sem uma entidade de referência com determinados e fortes vínculos, privilegiam metas muito mais estritas no tempo, de forma a alcançar os objetivos de órgãos de gestão cíclicos.
Não é, pois, de estranhar que na visão de muitas das empresas familiares europeias, ou o tipo de negócio a que se dedicam, transpareçam elementos caraterísticos de continuidade ou “eternidade”. Este posicionamento acaba por ter significativo impacto nas tomadas de decisão dos líderes das organizações, que refletem perspetivas de longo prazo, influenciadas por sólidos valores marcados pelos fundadores ou família, e uma relativa independência em relação ao mercado de capitais.

A Quinta do Vallado, construída em 1716, é uma das quintas mais antigas e famosas do Vale do Douro. Tendo pertencido a D. Antónia Adelaide Ferreira, é liderada pelos seus tetranetos Francisco e João Ferreira e Francisco Olazabal.
Sendo de conhecimento comum que os vinhos do Porto possuem uma valorização que, de certa forma, está indexada à sua categoria e idade, estes fatores irão ter grande relevância na definição do negócio e variáveis como gestão de stocks, financiamento, preços de venda, remuneração do capital, etc.
Produzindo e vendendo Portos Vintage e Tawnies de 10 e 20 anos, em 2012, lançou um vinho “de extrema raridade”, produzido em 1866 a partir de vinhas pré-filoxéricas. A totalidade da produção foi engarrafada numa série limitada de 1300 garrafas de cristal, numeradas e embaladas numa caixa de madeira desenhada pelo arquiteto Francisco Campos, o que constituiu um produto original único.
Mark Squires, crítico de vinhos da influente publicação do sector “The Wine Advocate”, atribuiu-lhe uma classificação histórica: 99 pontos, em 100 possíveis. Disponível no mercado nacional, os mercados-alvo são essencialmente os mercados de exportação, algo que o preço de venda leva a uma grande seletividade, pois é da ordem dos 3000 euros.

Temas para reflexão:
• Qual é a visão que temos e que orienta a nossa empresa?
• Todos a conhecem e têm presente qual é o seu impacto na forma de desenvolver o negócio?
• As expectativas dos proprietários refletem fatores de tempo adequados e conhecidos?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt
 
 

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