Imagina-se a trabalhar numa Empresa Familiar?;

Reflexões sobre Empresas Familiares
Imagina-se a trabalhar numa Empresa Familiar?
Quando se aborda a temática das empresas familiares, ainda surgem muitos preconceitos: são negócios pequenos; muito ligados a tradições e pouca inovação; geridos por pessoas cuja competência não é o primeiro fator de seleção; ingerência nefasta da família; etc.
Felizmente que, nas muitas dezenas de artigos nesta rubrica ao longo dos últimos anos, têm surgido outros tantos exemplos de sociedades familiares que demonstram exatamente o contrário destes estigmas. O estudo da Egon Zehnder perguntou, aos participantes que ainda nunca tinham trabalhado num negócio familiar, se no futuro se imaginavam a trabalhar numa destas entidades.

A resposta surpreendeu, pois 76% foram perentórios na sua afirmação.
A título curioso, e que daria certamente para uma análise mais cuidada, os inquiridos da Europa, Médio Oriente e África são os que largamente mais se imaginam a trabalhar numa sociedade familiar: mais de 4 em cada 5 versus 2 em cada 3 das restantes regiões.


Em 2014 o “Diário de Notícias” publicou um artigo, de Sónia Santos, com o título “O meu patrão é o melhor do mundo”, de onde podemos extrair um excelente exemplo da diferenciação que pode ter trabalhar numa empresa familiar.
O Grupo A. Santo tem a sua origem numa das empresas constituída em 1973 por Américo Simões Santo. Em 2014, com 85 anos, este empresário continuava a trabalhar 10 a 12 horas por dia, pelo que não é de admirar que todos os seus empregados, com quem mantém uma relação de grande proximidade, lhe reconheçam uma enorme capacidade de trabalho e empenho.
Em diálogo com a jornalista, salientava “… o que posso garantir-lhe é que das coisas que mais me custa na vida é despedir um empregado. O meu filho zanga-se comigo, diz que há alturas em que tem de ser. Mas cada um é como é. Sei que em certas alturas devia ter atuado e não atuei por culpa desta fraqueza. Gosto de respeitar quem está comigo.”
Seguindo o seu conselho de falar com os funcionários, obteve-se o testemunho: “Tive uma situação grave de saúde com uma filha minha. E sempre contei com o apoio a 200% do senhor Américo Santo. Era uma situação bastante complicada e longa e eu nunca me senti pressionada. Ele queria sempre saber como é que estavam as coisas e dava-me toda a margem. Mais: quando fui admitida, a situação já existia. Ele podia nem me ter contratado, por pensar que isso iria ser um entrave à minha produtividade. Mas não. Não só contratou como me deixou à vontade para acompanhar a minha filha. Por isso, se eu viver 200 anos, vou dizer bem dele durante 200 anos.”
Tendo presente as atitudes deste empresário familiar, certamente que não seria necessária a Lei nº 133/2015, de 7 de setembro, que “cria um mecanismo para proteção das trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes”, impedindo as empresas condenadas por despedimento ilegal destas mulheres de acesso a subsídios ou subvenções públicas.

 

Temas para reflexão:
• Que fatores potenciam as pessoas a desejarem trabalhar na nossa empresa?
• Esses elementos podem ser um fator positivamente diferenciador?
• Como os podemos fazer evoluir ao longo do tempo?
 
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt

António Nogueira da Costa, Consultor Empresas Familiares (www.efconsulting.pt e antonio.costa@efconsulting.pt), 17/09/2015
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