O empresário familiar é muito individualista;

Reflexões sobre Empresas Familiares
O empresário familiar é muito individualista

Empreender arriscando a montar um negócio é uma decisão pessoal.

Em algum momento da vida, é natural uma pessoa ser assaltada pelo desejo de “montar um negócio”. As circunstâncias poderão ser muito diversas e vão desde o detetar que existe determinado produto ou serviço que não é disponibilizado ao mercado, nas condições por este exigidas ou merecidas, até uma “imposição” por circunstâncias mais ou menos controláveis, como têm sido por exemplo situações de reforma antecipada ou desemprego.
Perante estas circunstâncias, e com maior ou menor troca de informação com amigos e familiares (normalmente grandes incentivadores), ou pessoas mais independentes (estes mais cautelosos e racionais), vai chegar o momento de dar o passo definitivo e avançar para a sua implementação: este momento da verdade é uma opção individual.
A partir deste embarque, tal como qualquer capitão, irão ser múltiplos os momentos em que será confrontado com a necessidade de tomar muitas outras decisões: desde simples e operativas a mais complexas e estratégicas.
A conjugação de todas estas opções irá redondar num determinado resultado que, periodicamente, deve ser analisado e alvo de avaliação: os objetivos pretendidos foram alcançados?
Consequentemente, o (in)sucesso poderá ter muitas causas, mas será sempre associado às suas posições.
Não é, pois, de admirar que o estudo da Edelman tenha apontado o individualismo como uma caraterística inerente ao empresário – por necessidade e não por narcisismo, gostaria eu de salientar.

 

A Galucho, fundada em 1921, é o maior fabricante português de material de preparação e trabalho do solo, de transporte e de movimentação de produtos agrícolas. Após a morte do pai em 1967, os cinco irmãos assumiram a empresa: 20% cada e função de sócio gerente.

Divergências relativamente a atos de gestão, levaram os irmãos a associarem-se e a excluírem da sociedade o João Justino, que ficou, contudo, com a sua posição proprietária.
Em 2006, após controlar mais de 52% do capital por comprar posições a dois dos irmãos, regressa e altera a filosofia idêntica à da indústria automóvel: baseada na gestão da marca e na conceção do produto, entretanto implementada pelos irmãos e sobrinhos.  
“... a Galucho tem de voltar a ser aquilo que era. Temos de produzir aqui todos os acessórios ... só assim é que poderemos apanhar o comboio da competitividade” (Revista “Exame” nº 312, abril de 2010). É assim definida e implementada uma nova visão estratégica que certamente definirá um futuro distinto para esta importante player europeia na sua área de negócio.

 

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